Governo retira a terra <br>a quem a trabalha
Os rendeiros da Herdade dos Machados reuniram-se no dia 1 de Setembro frente à Câmara de Moura, onde reclamaram a anulação da denúncia dos contratos de arrendamento pelo Estado português.
Os rendeiros têm de entregar as suas terras até 31 de Outubro
Esta acção acontece depois de os rendeiros reformados, que exploram parcelas do Estado na Herdade dos Machados, em Moura, começarem a receber cartas do Ministério da Agricultura com a informação de que fica resolvido o contrato de arrendamento rural e que até ao próximo dia 31 de Outubro têm de entregar as suas terras.
A Comissão de Rendeiros – composta por Fernando Patrício, Francisco Farinho, António Coelho, Manuel Batista, Francisco Bexiga, José Moreno, Bento Carreto e Manuel Engrola – considera que esta é uma tentativa para retirar a terra a quem ainda a trabalha e exige que a sua «actividade seja respeitada e dignificada, e que os contratos dos rendeiros reformados passem, como sempre aconteceu, de imediato para os seus herdeiros (filhos ou netos) de modo a permitir assegurar a continuidade da actividade destas famílias de pequenos e médios agricultores», que só por si «criam mais de 200 postos de trabalho», e que «podem vir a duplicar com a extensão do regadio a estas parcelas».
O protesto dos rendeiros contou com o apoio da Confederação Nacional de Agricultura e da RURALENTEJO, e com a presença de João Ramos, deputado do PCP na Assembleia da República.
A Câmara de Moura aprovou, entretanto, uma moção onde acusa o Governo PSD/CDS de «querer pilhar», sem fundamento legal, os rendeiros reformados da Herdade dos Machados.